quinta-feira, 29 de maio de 2014

A escolha mais perfeita de todas

Um amigo meu da faculdade me ligou e me convidou pra comer uma pizza na casa dele. Estranhei. Esse cara é super de boa e nós sempre nos demos bem. Fizemos vários trabalhos juntos na faculdade, fomos bolsistas do mesmo professor e ele me deu carona umas vezes. Só que nós nunca fomos, assim, amiiiigos, amiiigos. Saca? Nós éramos colegas. Éramos amigáveis um com o outro, mas não posso dizer que éramos grandes amigos. De qualquer forma, fui lá na casa dele.

Ele estava bem esquisito. Ansioso. Inquieto. Como eu sou pessimista pacas, estava esperando alguma notícia bombástica. Ele decidiu que precisávamos comer algo doce e ponto final. Foi pra cozinha fazer um tal bolo de açúcar mascavo. Eu fiquei só observando, tentando entender o que estava acontecendo com ele. Fez o tal bolo, que ficou assando enquanto comíamos a pizza e jogávamos truco. O bolo ficou pronto e sentamos para comer. Aí ele foi ao ponto.

Precisava de um conselho.

Fiquei confuso. Por que logo eu? Ele teve um episódio de verborréia e despejou tudo que queria falar. Falou várias coisas, mas o que estava perturbando-o mais intensamente era que não conseguia decidir se terminava com a namorada ou não. Ele queria que eu o ajudasse a escolher “a melhor das opções”.

Ela era a primeira namorada dele. Se conheceram no colégio - ele estava no segundo ano e ela, no primeiro do ensino médio - e começaram a namorar em seguida. Eles tiveram todas as primeiras vezes um do outro, se conseguem me entender. Sempre estiveram juntos. Faz uns… Sei lá, sete anos. Por aí. Um pouco mais ou um pouco menos do que isso.

Por um lado, ela era uma mala. A única coisa que ele era autorizado a fazer era jogar futebol no sábado de tarde (e ela enchia muito o saco por isso). Ficavam o tempo todo juntos. Por outro, ela o incentivava a estudar (algo que a família dele não fazia, pois não concordavam com o curso que ele escolheu). Lá pelo segundo ano de faculdade, um amigo dele lhe apresentou a maconha. A namorada quase enlouqueceu e colocava ele na linha. Ela determinava quando e quanto ele podia fumar. Por um lado, isso impedia que ele caísse na gandaia de vez. Por outro, era mais um pouco da vida dele que ela controlava. O que eu quero dizer é que ela tinha vários pontos positivos e negativos ao mesmo tempo.

Ele estava na dúvida. “Vale a pena trocar o certo pelo duvidoso”? Eu disse: cara, se não tá mais afim dela, ficar num relacionamento vazio vai ser ruim para os dois. “Será que eu vou me arrepender”? Eu disse: claro que vai. Você vai se arrepender com qualquer uma das escolhas, porque você vai perder e ganhar coisas em cada uma delas. “Qual é a melhor escolha”? Eu disse: isso não existe. Você tem de pensar no que vai te deixar mais feliz ou te fazer sofrer menos.

Se terminasse com ela, os amigos dos dois iam ficar de cara com ele. Podia perder amigos com isso. Se ficasse com ela, ia ficar constantemente se perguntando como seria ter outra experiência. Se terminasse com ela, poderia ter outras experiências, conhecer pessoas novas. Se ficasse com ela, ia deixar de fazer várias coisas que queria fazer. Se terminasse com ela, ia magoar a pessoa que lhe ajudou durante vários momentos difíceis. Se terminasse com ela, podia acabar perdendo o amor da sua vida. Se continuasse com ela, poderia ter deixado de viver e conhecer o amor da sua vida.


Escolhas são complicadas, não é? Ele queria que eu escolhesse por ele. Insisti que ele pensassem bem no assunto, que era ele quem tinha que decidir. Falei para que ele conversasse com ela. Acho que o maior problema com escolhas é que você nunca sabe se tomou a melhor decisão. Até porque não existe uma “melhor” escolha. Qualquer uma das opções têm lados positivos e negativos. É sempre uma aposta.

terça-feira, 27 de maio de 2014

O outro blog

No outro blog, eu falo sobre mangá. Como eu faço para decidir o que postar?

Em geral, eu começo fuçando o Baka-Updates. Às vezes, eu acho um tópico de discussão interessante. Como, sei lá, "histórias sobre vilões que se tornam aliados" ou "mangás que tenham uma menina e um menino apaixonados pelo mesmo menino". Outras vezes, eu penso em um tema (ex.: "culinária", "vikings", "dança") e procuro um mangá dessa categoria. Também acontece de eu estar olhando a página de um mangá e acabar procurando outro do mesmo autor, de categorias similares ou algo assim. 



Quando acho um mangá interessante, abro uma tab com a página dele no Baka-Updates e sigo procurando mais. Quando eu consigo um bom número, começo a baixá-los (em geral, eu olho nos sites dos scanlators, no MangaTraders, no Yearn for Yaoi, ou no Nihonomaru). 

Eu fico com a aba do BU aberta até terminar a resenha. Porque eu baixo e esqueço que baixei. Acontece muito.

Depois, eu leio e escrevo comentário sobre. Dependendo do mangá (especialmente coleções de oneshots), eu escrevo o comentário enquanto leio, porque eu esqueço rápido os nomes dos personagens. Outros, eu termino de ler e comento. E ainda há outros que eu leio, deixo um tempão a pasta do mangá e a tab abertos, enquanto penso como comentar. Three and a Half, da Sadahiro Mika, está me esperando há mais de mês para eu decidir o que dizer sobre.

Quando eu termino de escrever, programo a postagem para a próxima data. Minhas postagens são sempre na segunda, quarta e sexta às 14h. 

Eu penso em aumentar a quantidade de postagens semanais, mas tenho medo de ficar deprimido de novo e não dar conta se aumentar muito as postagens. Melhor programar várias e ter uma "folga" para me recompor e voltar a escrever.

sábado, 24 de maio de 2014

Tesouros nos Sebos: Slayers

Slayers foi um dos mangás que eu comprei casualmente na época que eu só comprava o que tinha nas bancas de revista. Achei até o volume 6 e depois nunca mais vi para vender. Só fui descobrir as maravilhas da internet e achar uma loja especializada alguns anos depois, mas nunca encontrei os demais números da série.

Esses dias, eu saí do hospital e fui almoçar no Subway, porque eu estava me sentindo rico e esfomeado. Na volta, de barriga cheia e estufada, passei na frente de um sebo que é especializado em revistas e resolvi entrar, para comprar algumas revistinhas de palavras cruzadas. Lá, eu vi que havia uma seção para quadrinhos e, surpreendentemente, mangás. Vi Eden, Peach Girl, Karekano, Naruto, e... Slayers. Estava na última prateleira, mas tinha uma prateleira inteira cheia de edições de Slayers.


Fiquei ajoelhado na loja, fuçando na prateleira. Estava fora de ordem e a maior parte eram edições repetidas dos mesmos números. Acabei achando alguns dos que faltavam para minha coleção: 7, 8, 10, 12, 13, 14, 15, 16 e 17. Fiquei pensando no dinheiro, já que eu ainda não recebi e já gastei uns bons trocados ao comer no Subway (se eu soubesse o que iria encontrar, não teria almoçado, com certeza!), mas resolvi comprar. Cada edição custou três reais. 

Algumas estão em melhores condições que as outras, mas, no geral, todas estão muito bem. Um dos lados da capa da edição 13 está meio desbotado e algumas páginas da edição 15 estão meio amassadinhas, mas tudo bem! O que importa é que consegui vários números de Slayers e agora minha coleção está quase completa! O problema é que os que faltam são os mais difíceis de encontrar... Até achei a edição 11, mas a edição 9 é quase impossível!


Quando eu sentar e ler, vou comentar sobre essa série no outro blog. As primeiras edições me divertiram muito, bem como o anime na época. Como eu acostumei com a dublagem brasileira, a versão original me irrita muito (a voz da Lina, especialmente), então vou ver se consigo achar em português uma hora dessas (eu! Dizendo isso!). 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Madrugadas

Três da madrugada. Você vira de um lado para o outro na cama tentando relaxar. Não consegue. A janta não caiu bem e você sente desconforto, não importa como decida deitar. Precisa dormir logo, porque às seis, no maximo seis e meia, tem de estar de pé. E colocar a roupa, comer um sanduíche sem margarina e sem presunto (porque não teve tempo de passar no mercado ainda), beber um café meio queimado, enfrentar o ônibus lotado cheio de gente se acotovelando e ir trabalhar.

Agora, você não tem certeza se é só a janta que caiu mal que lhe impede de dormir ou se os pensamentos que povoam o fundo da sua mente também. O inventário. Todo mundo dizendo para você ir tirando o dinheiro da poupança dela aos poucos, sem comunicar ao banco do falecimento. Mas não. Você decidiu fazer do jeito certo e levar os documentos no banco, para descobrir que precisava de quinhentos outros papeis, de um advogado e de um inventário. Tudo isso por causa dos 5000 reais que ela estava juntando para te ajudar a pagar a formatura e dar entrada num carro. Saudades dela, aliás. Além de ser triste perder alguém querido, agora você tem de viver consigo mesmo sabendo que não tem ninguém com quem possa realmente contar. Pode ser egoísta dizer isso, mas o pior de tudo foi o buraco que ela deixou em sua vida.

Você tem certeza agora que não foi só a janta que caiu mal. Esses pensamentos o deixam desperto e você ouve os parquês estalando. E, por que será, se os únicos dois seres vivos da casa alem de você dormem ao seu lado? Outro estalo. Parece vir do banheiro. Algo pinga. Parquês estalam. Você precisa dormir logo e não consegue. Angústia lhe sufoca, aperta o peito. Ou talvez seja o nervosismo, por não saber onde vai arranjar um advogado que faça inventários. Ou talvez seja só a janta mesmo.

Três e meia da manhã. Você vira de um lado para o outro da cama, mas não consegue relaxar. Precisa acordar às seis, mas os estalos dos parquês lhe deixam com medo demais (seja lá do que) para ligar o rádio. Se bem que qualquer fantasma, monstro ou seja lá o que estiver estalando os parquês é menos ruim do que tentar achar um advogado.

Você fecha os olhos e aguarda. O sono ou o monstro. Seja lá o que for que vier primeiro. Qualquer um dos dois é lucro, desde que lhe faça parar de pensar.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Apresentação

Criei esse blog para falar sobre... Bem, minha vida. Tenho um outro espaço em que expresso minhas opiniões sobre mangás, mas, algumas vezes, eu quero comentar outras coisas. Por isso, agora estou criando esse novo lugar.

Vai ser o meu diário pessoal. Enquanto no outro blog eu sou seletivo quanto ao que comentar e procuro fazer comentários padronizados, aqui farei diferente. Quando eu sentir vontade, vou sentar e escrever. Ponto final. Não vou nem revisar as postagens, que serão salvas no momento que eu as terminar, e vou programá-las para serem publicadas em dias e horários que eu defini. Por quê? Porque sim. Eu gosto dessa função disponibilizada pelo Blogger.

Sinto que algumas vezes eu sou tão seletivo com o que eu posto, que eu acabo deixando de postar. Então aqui vai ser o meu cantinho sem regras. 

Se algum dia alguém achar esse lugar... Bem, seja bem vindo a minha mente.